De volta com mais um livro bacana que terminei de ler há um tempo. Este livro, de título “Notes to a software team leader”, foi escrito por Roy Osherove, famoso pelo livro “The Art of Unit Testing”.
Como fica claro no título, o livro trata de liderança em um time de desenvolvimento de software e está dividido em 5 seções: (1) Liderança “elástica”, (2) Fase de sobrevivência, (3) Fase de aprendizagem, (4) Fase de auto-organização e (5) Notas… (nome do livro).
Vamos a alguns pontos interessantes do livro.
O autor diz que o líder deve “fornecer tudo que o time precisa e sair do caminho”. Ou seja, o líder não é aquele que resolve pessoalmente todos os problemas do time, pois assim ele acaba se tornando o gargalo e o restante do time não evolui.
Sendo assim, ele cita que o objetivo do líder é “fazer as pessoas do time crescerem”.
Em grande parte do livro, o foco está nos estilos de liderança e como estes se adequam às fases que o time se encontra.
Os três estilos de liderança citados são:
– Comando e controle
– Coaching
– Facilitador
As três fases de um time são:
– Sobrevivência
– Aprendizagem
– Auto-organização
QUANDO OS ESTILOS DE LIDERANÇA NÃO FUNCIONAM?
Segundo o autor, liderança comando-e-controle não funciona quando o time já sabe o que faz e espera aprender coisas novas e ser desafiado.
Coaching não funciona quando o líder e o time estão apagando incêndio, sem tempo para aprender coisas novas.
A liderança como um facilitador não funciona quando o time não possui habilidades suficientes para resolver os problemas sozinhos.
E QUANDO FUNCIONAM?
Depende da fase onde o time se encontra (e o time pode “pular” de uma fase para outra diversas vezes).
A fase de sobrevivência é definida como a fase onde o time não tem tempo para aprender. O papel do líder é retirar o time dessa fase o mais rápido possível, criando um ambiente para que o time aprenda. Portanto, o mais provável é que o comando-e-controle seja o necessário: “quando o barco está afundando, o capitão não faz uma reunião. Ele dá ordens!”.
Na fase de aprendizagem, o time possui um tempo de folga para aprender coisas novas e sanar deficiências técnicas. Nesta fase é mais apropriado o estilo coaching, ensinando o time a aceitar desafios e a comprometer-se de verdade com eles.
A fase de auto-organização é aquela onde o time está apto a resolver seus problemas. O papel do líder é manter as coisas dessa forma. Nesta fase, cabe atuar como um líder facilitador, observando o time e experimentando técnicas novas, com o objetivo de crescer ainda mais (o líder e o time).
Ao longo das quatro primeiras seções do livro, o autor dá dicas de como agir em cada uma dessas fases.
NOTAS DIVERSAS
A última seção do livro traz uma compilação de mais de 20 notas de diversos autores conhecidos, como Jurgen Appelo, Uncle Bob, Dan North, entre vários outros. São dicas referentes à gestão e liderança que tratam de resolução de conflitos, motivação, auto-organização, entre muitos outros temas.
CONCLUSÃO
“Notes to a software team leader” é um livro direto e de fácil leitura. Embora não tenha achado um livro espetacular (dou 3 de 5), é um bom livro, com dicas interessantes e com enfoque em um forma de liderança – como diz o autor – “elástica”, ou seja, mudando de estilo de acordo com o momento do time.
Recomendo a leitura.
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